O público reúne-se num espaço amplo. Todos berram, gritam, cantam, movem-se, dançam, organizam-se, exprimem-se musicalmente – sons e movimentos organizados – dirigidos por um mediador/maestro e por mediadores. No final, como nos concertos, apresenta-se o resultado desta oficina musical, um misto de sound-painting e improvisação coletiva. Destinado fundamentalmente à participação dos públicos, este «não concerto» é apropriado para todos, com exercícios vocais e rítmicos dirigidos e orientados, no âmbito das linguagens da improvisação livre (jazz e outras).

«Transvariações» é um ciclo de música para além da música, um ciclo que mescla, justapõe, reconsidera e redefine as classificações musicais entre o passado e o presente, o clássico e o folclórico, o erudito e o popular, o profissional e o amador: fado, improvisação livre, jazz, tango. Através de práticas musicais diversas, que viajam através de estilos entre o clássico, o fado, o pop, a improvisação, o jazz e o tango argentino, cada sessão coloca um desafio de «transvariação» – transgressão, remix, reconstituição – que envolve os espetadores a refletirem, avaliarem e até a participarem ativamente em práticas de improvisação.

Francisco Monteiro iniciou os estudos musicais como aluno da pianista Helena Costa no Porto, ingressando mais tarde no Conservatório de Música, onde completou o Curso Superior de Piano. É Licenciado pela Universidade de Música de Viena, Mestre em Ciências Musicais pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Doutorado em Música pela Universidade de Sheffield, Reino Unido.

A sua atividade como pianista inclui apresentações a solo e de câmara, tendo-se dedicado essencialmente ao século 20 e à música portuguesa. Apresentou-se como pianista em diversos grupos, tendo ainda participado em festivais e recitais por toda a Europa e Améria (Colômbia e Estados Unidos). Mantém uma atividade regular como compositor desde 2001, com peças para diferentes formações de câmara, tendo gravado o CD “Histórias”, com música da sua autoria sobre textos de Hugo Mezena.

Dedica-se ainda ao tango argentino em diversas formações, sendo também arranjador.

Foi professor dos Conservatórios de Braga e Porto e do Instituto Piaget de Almada e Viseu. Professor no Instituto Politécnico do Porto (Escola Superior de Educação) desde 1990, é atualmente Professor Coordenador.

É investigador principal no INET – MD, dedicando-se fundamentalmente à investigação musicológica (música contemporânea, música portuguesa, fado, estética musical e educação musical), à investigação artística e à criação musical (performance, improvisação, composição, som, teatro e criação de objetos visuais).