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Entrada livre, sujeita à lotação do espaço / 32 participantes
Na segunda metade dos anos 90, a casa do Passeio Alegre onde viveu Eugénio de Andrade, e que serviu de sede à extinta fundação a que deu nome, acolheu praticamente todos os nomes relevantes da poesia portuguesa do tempo. Os «Encontros com Poetas», então organizados pelo presidente da fundação, Arnaldo Saraiva, e que tinham o próprio Eugénio como anfitrião, fizeram do edifício, que é hoje a Biblioteca Poética Eugénio de Andrade, um ponto de encontro regular para autores e leitores de poesia. E é isto o que se pretende que a casa continue a ser nesta sua nova vida como Biblioteca, oferecendo um acervo bibliográfico focado na lírica portuguesa contemporânea, de que os leitores poderão desfrutar em duas luminosas salas de leitura com vista para o mar, mas também voltando a oferecer uma programação cultural regular.
Desenhado para estes últimos meses de 2025 pelo jornalista cultural Luís Miguel Queirós, sob o mote de um verso de Eugénio, este primeiro momento de programação decorre entre os meses de setembro e dezembro, em quatro sessões, repartidas por um sábado de cada mês, com conversas, leituras e reflexões em torno da poesia portuguesa, a de ontem, a de hoje e a que está por vir.
PROGRAMA
SÁB 18 OUT, 18H
Com António M. Feijó
O que é um heterónimo?
O ensaísta António M. Feijó, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e autor de inovadoras e persuasivas contribuições no domínio dos estudos pessoanos, propõe-nos uma pergunta cuja resposta poderá parecer hoje a muitos destituída do menor enigma. E é isso que a torna provocadoramente enigmática. "O que é um heterónimo?"
Entre esses heterónimos cuja natureza estará afinal em aberto, o orador abordará o mestre de todos eles, e do próprio Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, cujos poemas, aparentemente constituídos de “afirmações simples e monotonamente repetidas” podem, afinal, conter “contradições desconcertantes e impulsos agressivos e polémicos”, mas também o excessivamente lúcido Barão de Teive, que, mutilado e suicida, é autor da obra incompleta A Educação do Estóico. “Os heterónimos de Pessoa têm um lado de construção deliberada mas impercetível ao leitor, que será interessante”, propõe Feijó, “tentar reconstituir e expor”.
Entrada livre, sujeita à lotação do espaço / 32 participantes
Rua do Passeio Alegre 584
4150-677 Porto