Com mais de 250 anos, a sua história funde-se, bem como a sua granítica fachada, com a das duas Igrejas que a ladeiam, a dos Carmelitas e a da Ordem Terceira do Carmo. Sem nome próprio é, há muito, conhecida como a casa escondida e terá sido construída em 1768. Ainda que não subsistam certezas sobre o porquê da sua construção, a verdade é que, com cerca de metro e meio de largura, esta casa é uma das mais estreitas de Portugal.

O seu interior, organizado em vários pisos, é percorrido por uma caixa de escadas que liga as divisões indispensáveis ao bem-estar domiciliário: quarto, sala de estar e cozinha. Terá servido à hospitalidade da Ordem, ao abrigar capelães, artistas e artífices e, mais modernamente, médicos que exerciam atividade no Hospital da Ordem do Carmo. O seu carácter misterioso parece dever-se à hipótese de ter servido de palco a algumas reuniões secretas. Narra a voz ao pé da orelha que aí ter-se-ão juntado membros da Ordem Terceira do Carmo em momentos conturbados da história portuense: as Invasões Francesas, as Lutas Liberais, o Cerco ou, mais recentemente, com a queda da Monarquia e início da República.

Independentemente da veracidade de tais alusões, a verdade é que a casa mais estreita do Porto sempre inspirou a imaginação de todos os que, mais atentos, nela reparassem. Abriu portas para satisfazer os olhares mais curiosos em 2019, altura em que passou a integrar o circuito museológico da Ordem do Carmo.