Com
Entrada livre. Inscrição através de formulário.
No número 318 da Rua da Restauração, ergue-se aquela que figura em várias publicações oitocentistas como a casa mais bonita do Porto, com um não menos deslumbrante jardim com vista sobre o Douro. Espelho de um gosto requintado e eclético, ainda de sabor romântico, pleno de revivalismos, é um palacete tão singular quanto a personalidade do homem que nele habitou e lhe deu o nome: António Silva Monteiro.
Era ainda petiz quando, não por necessidade mas por defender a causa liberal, aquele que viria a ser Conde António Silva Monteiro emigra com a família para o Brasil. A prosperidade dos negócios fá-lo regressar à terra natal com uma enorme fortuna, não sem antes viajar e conhecer o mundo, colhendo influências que revela no palacete que constrói ao seu gosto. Os frescos que ornamentam a claraboia, não só transpiram elegância bucólica, como denunciam o ímpeto de modernidade, trazido ao Porto por Silva Monteiro.
Destacada figura da sociedade, da economia, da política e da filantropia portuense, Silva Monteiro chegou a ser vice-presidente desta cidade e investiu parte da fortuna na modernização da região. O seu nome está associado à construção do Porto de Leixões e à linha férrea que ligou o Porto à Póvoa de Varzim, assim como esteve na fundação do Palácio de Cristal, inaugurado em 1885, ano da morte de Silva Monteiro. Hoje, sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, o palacete mostra-se ainda na sumptuosidade romântica de outrora, com visitas abertas ao público.