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Entrada livre, sujeita à lotação do espaço / 32 participantes
Rua do Passeio Alegre 584
4150-677 Porto

Os poetas Andreia C. Faria, Elisabete Marques, Hugo Miguel Santos e Marcos Foz vão apresentar outros quatro poetas de agora, dos quais serão também lidos alguns textos. Os oradores constituem o quarteto a quem a Biblioteca Poética Eugénio de Andrade lançou o repto de construírem coletivamente uma antologia da nova geração de poetas portugueses, projeto que resulta da convicção de que virá suprir uma lacuna que, há muito, torna difícil ao leitor menos especializado saber que nomes deve procurar e ler.
«ERA UM DIA QUE DAVA PARA O MAR» — CONVERSAS NA CALÇADA DE SERRÚBIA
Na segunda metade dos anos 90, a casa do Passeio Alegre onde viveu Eugénio de Andrade, e que serviu de sede à extinta fundação a que deu nome, acolheu praticamente todos os nomes relevantes da poesia portuguesa do tempo. Os «Encontros com Poetas», então organizados pelo presidente da fundação, Arnaldo Saraiva, e que tinham o próprio Eugénio como anfitrião, fizeram do edifício, que é hoje a Biblioteca Poética Eugénio de Andrade, um ponto de encontro regular para autores e leitores de poesia. E é isto o que se pretende que a casa continue a ser nesta sua nova vida como Biblioteca, oferecendo um acervo bibliográfico focado na lírica portuguesa contemporânea, de que os leitores poderão desfrutar em duas luminosas salas de leitura com vista para o mar, mas também voltando a oferecer uma programação cultural regular.
Desenhado para estes últimos meses de 2025 pelo jornalista cultural Luís Miguel Queirós, sob o mote de um verso de Eugénio, este primeiro momento de programação decorre entre os meses de setembro e dezembro, em quatro sessões, repartidas por um sábado de cada mês, com conversas, leituras e reflexões em torno da poesia portuguesa, a de ontem, a de hoje e a que está por vir.
Andreia C. Faria nasceu no Porto em 1984. Licenciada em Jornalismo e Ciências da Comunicação e mestre em Estudos Anglo-Americanos (2011) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, trabalhou na histórica livraria portuense Leitura, de Fernando Fernandes, e foi jornalista cultural no JN. Estreou-se com Flúor (Textura Edições, 2013). Seguiram-se Um pouco acima do lugar onde melhor se escuta o coração (Edições Artefacto, 2015) e Tão Bela Como Qualquer Rapaz (Língua Morta, 2017), que venceu o Prémio da SPA. Em 2019 reuniu a sua obra poética em Alegria para o fim do mundo (Porto Editora, Prémio Fundação Inês de Castro). Mais recentemente publicou o conjunto de prosas Clavicórdio (Língua Morta, 2020), Canina (Tinta-da-China, 2022), que ganhou o Prémio PEN Clube Português de Poesia e o Prémio Correntes d’Escritas, e um novo livro em prosa: Canto do Aumento (Sr Teste, 2024).
Elisabete Marques, nascida em 1982, doutorou-se pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com uma tese sobre Maurice Blanchot e Samuel Beckett. Investigadora no Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde desenvolve um projeto sobre as relações entre literatura e cinema, vive e ensina em Lisboa. Publicou os livros de poesia Cisco (Mariposa Azual, 2014), Animais de Sangue Frio (Língua Morta, 2017) e Estranhos em Casa (Língua Morta, 2019). É ela a garimpeira digital que alimenta a secção de “pérolas” da revista de poesia online Jogos Florais.
Hugo Miguel Santos nasceu em Viana do Castelo, em 1995, e estudou Filosofia nas universidades do Porto e de Milão. Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela Universidade do Porto, é atualmente doutorando no Programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi livreiro na Livraria Térmita, no Porto. Publicou os livros de poesia Prelúdio e Fuga em Português Suave (Fresca, 2022) e Ballarò e Outros Motetos. Organizou a antologia de poesia argentina «Por Alguma Razão» e traduziu livros de poemas de A.E. Housman, Anxo Pastor e Reynaldo García Blanco.
Marcos Foz nasceu em 1994, diz que 'atravessou' os cursos de Relações Internacionais e Ciências da Comunicação, e é livreiro em Lisboa. Publicou três livros de poesia: Arca e Usura (Edição de autor, 2019), Vaca Preta (Bestiário e Livraria Snob, 2021), um dos livros mais radicalmente experimentais da poesia portuguesa dos últimos anos, e o mais recente Enublado Dizes (Bestiário, 2024), novamente marcado pela alternância de verso e prosa e que, como o anterior, é constituído de um só poema.