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Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

No ano em que se comemora o 150.º aniversário do nascimento de Maurice Ravel, o Museu e Bibliotecas do Porto apresenta o primeiro recital de órgão inteiramente dedicado ao compositor e pianista francês, que, curiosamente, nunca escreveu para aquele instrumento. Em absoluta estreia mundial, este concerto constrói-se como uma viagem simbólica, onde a ordem das peças traça uma narrativa: da vertigem da decadência à promessa de um renascimento, até ao reencontro da simplicidade luminosa da imaginação infantil.
Mais do que um tributo a Ravel, propõe-se uma narrativa cuidadosamente desenhada, desde os ecos do invisível, véus de um mundo suspenso entre a beleza e a ameaça de «Daphnis et Chloé», até ao espaço encantado de «Le jardin féerique», onde a simplicidade e a fantasia da infância se tornam promessa de futuro.
No centro desta viagem está La Valse, uma peça que brilha intensamente antes de revelar a desintegração da valsa imperial, antes símbolo de esplendor e inovação. Reconhecida como uma das composições mais marcantes do século XX, La Valse é um marco para músicos e melómanos.
Um percurso que espelha o nosso presente, da queda ao renascimento, da decadência ao milagre de voltar a olhar o mundo com os olhos de uma criança. Um eterno ciclo que podemos quebrar ou perpetuamente repetir.